quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Manifesto Literário: A SÍNTESE

Poetizar é traduzir o olhar em metáforas.
Relatar é calar a boca da alma, (as vezes é preciso).
Cronicar é uma gangorra entre o sentir e o pensar.
Dramatizar é um desfrute do desejo de agarrar o universo das possibilidades expressivas.

Quando se vê...

Le monde est petit  
when you see,
sono tutte in un unico luogo
están todos en un solo lugar   
sind alle an einem Ort 
Oui, tous.    

Arroubo

Quem roubou? Eu ou você?
Vamos repetir pra tentar entender.


De flores e de asas II

Na arte de reconhecer
no ato de desnudar
na bravura em transcender
demoradamente me empenho em cuidar de mim.


Progresso aveludado

Ontem o sol dormiu sob a minha janela
quando voltou a nascer, pela manhã,

a primavera choveu em lilás e amarelo
um vento frio desejou-se de mim
despedi-me de quem hoje não sou eu.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Movimento insinuante

A arte me rebela.
Posso falar de flores ou falar da morte,
hoje escolho a primeira opção.

Mas a morte é transformadora, assim como as flores.
Não se morre apenas uma vez, eu morro um pouquinho por dia
e assim como as flores estou sempre a brotar um novo ramo.
Um pouco de vida nova todos os dias.

Minha rua tem versinhos e lombadas.

Ah se essa rua fosse minha, eu não mandava, não. Ladrilhava com pedrinhas de brilhante, com amarílis, astroméias e celósis, semeava só pro meu amor passar.
[...]
 - Cadê o anjo que morava nesse bosque?
 - Cansou de um bosque cujo nome é solidão.
[...]
No silêncio sólido da madrugada roubei o nome dele da canção,
o tal bosque agora vai estar sem nome, enquanto eu estiver sem coração.
[...]
Entre um verso e outro um vendaval.
Entre um dia e outro você.
Entre nós uma longa estrada.
A estrada de Óz.
[...]
Quando eu chego em casa
a casa não está.
Como pôde a casa
fugir do seu lugar?
[...]


A Senhora de Si e a Nossa Cultura.

Engraçado a própria 'Sinônimo' só ter oposição. Ela só tem 'Antônimo', a si mesma não tem, não. Será que não se identifica ou não quer ter relação?

'A Sinônimo' é toda senhora de si, por vezes pensa que vai se casar, mas logo vem outra e ela esquece o que estava a pensar.
Assim vive essa distinta senhora, a prórpia cupido do universo letrado, sintoniza uma palavra aqui com outra acolá e pronto, quando se vê já estão harmonizadas, uma diz amor a outra diz apreço, e Senhora Sinônimo mais uma vez fez um par acontecer, sintonizou a existência de dois (seres/objetos/palavras/pensamentos), combinou em harmonia recíproca as afinidades captadas. Vive assim disseminando a felicidade do encontro.
Senhor Antônimo já fez o oposto, disquitou-se e foi embora, por onde passa ainda provoca suas contrariedades.

Mas fique tranquila Senhora Sinônimo, estamos aqui hoje para encontrar uma solução para sua tão extensa solidão...lhe apresento o Senhor Sincrônico...fiquem a vontade... penso eu que têm muito em comum, senão o fato de significar, ao menos o prazer de coexistir...tá bem, estou saindo de fininho, pulando a janela de volta pra casa, não vou espiar...tá bem, vou deixá-los a sós, à sorte de um bom entendimento...

No dia em que permitirem o casamento da Sra Sinônimo com o Sr Sincrônico o universo das comunicações estará a salvo dos maus (entendidos).



Anica Rocha
Instrutora do Método DeRose, a Nossa Cultura.

"Por uma reeducação comportamental que contempla essencialmente o bom relacionamento entre os seres humanos e tudo o que está relacionado a isso".

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Resgatando textos da Arca da velha...

E produzindo pequenas novidades ... Meu grupo de produção textual: eu e meus miolos!...

Quero ter mais opções, alguém sabe aonde posso comprar? Me vê 150 gramas de opções, Seo Moço! 

Ah, com opções é mais caro? (Os mentes sujas já estão pensando besteira)

Outro dia eu quis comprar dois abraços, ninguém me soube informar aonde encontraria, pensando cá com meus miolos e suas praxes lusitanas, quiça  num armazém de minha infância, bem acondicionados entre um bom dia e um até logo?

Abraços daqueles bem espontâneos, dos que não custam nada, dos que vem de brinde, abraços quentes em dias de olhar distante, desses que trazem de volta o sorriso, abraços com palavras (e pra esses não tem desculpa da 'lonjura'), abraços desses que queremos mais, abraços com ternura, abraços de compartilhar a alegria, abraços de boas vindas, abraços de compartilhar o choro, e de disseminar o riso, abraços apertados e soltinhos, abraço de dançar, abraços entre olhares, abraços com cafuné e abraços com cheiro, abraços desses que dão em crianças, abraços de ir e abraços de voltar... prateleiras cheinhas de abraços de abraçar a qualquer hora, abraços do seu jeito e do meu. Lá numa daquelas cidadezinhas de nome de pássaro onde eu morei em criança, lá no armazém da esquina em que eu chegava sobre duas rodas (mais duas rodinhas) de uma bicicleta vermelha com cestinha de fundo infinito, para levar para casa o aconchego de sorrisos receptivos e abraços de braços pouco conhecidos mas sempre calorosos...abraços de um coração para outros...abraço de vizinho, de cumpadre, de cumadre, de pontos de ônibus...há não muito tempo os dias eram mais repletos de abraços...eu ainda me lembro.


Em alguns dias volto a falar das opções, estou discutindo com meus miolos a respeito delas.


Ser linear - Delinear

Sou ao sentido da visão, 
aquela que seu olhar alcança;
à sua audição, palavras sussurradas
(na memória quando não estou contigo);
ao seu olfato, a flor branca que brota nas primaveras
e chove em pétalas no outono, nas calçadas, nos quintais...
Para o tato sou apenas quando estás comigo - ainda que em pensamento.
Ao paladar serei eternamente ou enquanto durar, um gosto subjetivo e uma pitada de desejar.
Sou ainda seu sentido mais sutil e refinado
na abstração de ser, estar e de sentir,
sou a sua intuição, se almejar estar comigo,
ou sua saudade, se assim me interpretar.

Do bem-te-vi ao beija-flor

O beijo é um exercício tátil que exprime amor, carinho, amizade, simpatia, respeito.
Tentativa de acesso à intimidade alheia, contato com tato, não verbal (de quando em vez, sonoro), por vezes abstrato, por outras um relato.
Calorosa expressão do gostar, do estar feliz em com Tal estar.
Os beijos pois, representam!

Lado Moleca

MEU LADO moleca
No cadarço trocado de um all star.
Nos nós dos cabelos sem pentear.
No brinquinho de morango.
Na vontade de brincar.
No Olhar, meu  lado mulher.

Janelas

Estive entre a vida e o devaneio
Lá onde mora a agonia
Agora que voltei,
colhi esta rosa amarela pra você,
em desculpas pela minha longa ausência.

(em algum lugar em agosto de 2005)

sEMhORA

o CÉU num mesmo tom passou o dia,
   depois, por vontade da noite escureceu.
      Se depensesse dele, passava o dia mudo,
no tom cinzasilêncio que nem o sol veio espiar.


(Em Barão Geraldo-2005)

Riminha no ar

Segredaram-me um mistério encantador
ao regalo do sorriso de um luar.
Uma estrela ao assistir me fez jurar:
segredo é segredo,
você nunca ouviu falar...

Ao pé da Letra

Quebrei o pé da rima
pra parar de liricar
Poetizei na madrugada
porque não sei crônicar

(H) A um certo alguém

k Ama

Delícia corporalmamente desperta
em suaves sensações.
Entre A essência O senso e o sentido
pousam desejos confidenciais.

(2005)

Improviso Noturno ou Melodia da Lua

Insônia instigante.
Movimento incontido,
inconstante,
inconveniente
neste instante.


Insiste incessante.
Mentalmente fascinante,
insolente, insinuante.
Producente
e circunstancial.


Viparíta

Ao te ver
virei do avesso
pra não te querer.

Selecione o poemeto para visualizar o misterioso Viparíta.

Eu Lírico zero

Oh!
Hoje, de poucas palavras.