quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Toda transgressão passou pela razão

...as da alçada da paixão...talvez não...

Pelo desejo incontido

Despir o corpo dos significados apostolados
Dançar o que está dentro, o incerto, o intento
Comunicar ao espaço, ao externo e junto, uno ser
In corpo
És corpo
Tu corpo
Nós corpo
Libertar
Aprender a jogar
Descobrir
Compartilhar
Destravar as tramelas das portas e janelas do inconsciente
Inteira presente, movimento constante
Pausa
Direção unilateral
Ir
Voltar
Concluir
Abrir
Cerrar
Real idealizar
Conscientizar no ser
as razões inexplicáveis da própria razão
As emoções indizíveis dos meus sentimentos
Os pensamentos instantes que não querem cessar
Instantâneo ser, por um segundo, deixar de viver.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Poema enlatado - cuspido e escarrado - Política subliminar

O poema entala no ponteiro dos dias corridos.
O poema é tala das lesões metáforas nos dias feridos.
O poema embala as canções dos desvalidos.
O pó brema resvala nos jargões dos político-esculpidos.

Minhas pequenas transgressões.

O dia em que virei gente adulta, nem percebi, dia desses avistei numa gota d'água, uma mulher com ar de menina, eu estava dentro dos olhos dela...por instantes que não calculei, em pausa, com leve suspirar, ouvi histórias de dias felizes de quem cultiva ainda algumas maluquices, dessas que dão sensação de voar, pequenas travessuras das que não fazem mal a ninguém, pelo contrário, só um bem danado, revigoram a alma encantadora da infância, a diversão das brincadeiras inventadas, os ataques de risada e os amigos invisíveis, até eles desejam ficar perto desse ar de molecagem, da sadia traquinagem.
Quando se vira gente grande, é bom aprender a cultivar entusiasmo, vivacidade, aquele ar de artista da arte de fazer sempre o que ama, encontrar os olhos da infância que brilhavam pelos motivos mínimos, porque as descobertas e novidades eram sempre gigantescas, por menor que realmente fossem...é desse tipo de gente que eu sempre quis ser quando crescesse, desse tipo de gente que sabe ser feliz, sem desprezar as tristezas que vida também dá.
De menina eu sempre dizia querer me tornar trapezista, eu queria trabalhar no circo, viajar, conhecer um montão de gente, viver num universo colorido e voar um pouco mais alto a cada dia...da essência desses desejos da menina Nina, grande parte tem se tornado real...

Quais das travessuras te fazem feliz? Quais as suas pequenas transgressões?

-sair correndo sob a chuva;
-deixar um dia a cama toda bagunçada,;
-rolar com o cachorro na grama e não devolver o brinquedo dele;
-cumprimentar o mais mal humorado dos vizinhos com um sorriso escancarado;
-largar os sapatos no meio da sala ao chegar do trabalho;
-comer pipoca no lugar do jantar;
-dobrar o café da manhã e não almoçar;
-ligar pra um amigo escolhido a esmo e dizer da saudade;
-escrever pra mil amigos num único dia (um por um);   
-andar de olhos fechados, num lugar qualquer, por alguns instantes;
-andar na calçada olhando pro céu;
-falar com criança como se os pais não estivessem ali (só pra eles sentirem na pele o que vivem fazendo);
-cancelar a agenda de um dia inteiro e sair por aí sem hora pra voltar;
....
-...brincar de fazer uma lista de coisas úteis à felicidade...


Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol...







Céu de Campinas em 16/09/2010

A ternura é borboleta

de asas amarelas,
encanta aos olhos
e alegra o coração.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Choveu, dentro de mim

Ontem vi um menino correndo atrás de um balão vermelho, parecia uma criança eu, ao avistar o menino. Aconteceu de um sorriso estampar meu rosto, sem pedir licença, essa ligeira visão vespertina, amanheceu meu coração, diluiu-se uma insistente vontade de chorar, choveu, dentro de mim.


Alma bem nutrida

Dizem que as escolhas artísticas contam muito sobre a alma do ser, músicas para ocasiões diversas, filmes para este ou aquele dia, poesia. As vezes me sinto tão pequena diante da intensidade poética do universo, da natureza mesmo, e do que alguns grandes seres humanos são capazes de captar dela, alguns em seu fazer artístico, outros em suas escolhas, tem gente que consegue transformar a vida em arte no tempo de um sorriso ao acaso, essa gente, tem a alma bem nutrida...essa gente pode estar ao seu lado, e você nem se dá conta...




http://venceu.blogspot.com/


http://mhrossetti.com.br









quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobre a arte de escrever - ensinar e aprender - sobre as mulheres|para os homens.



Alguns pensamentos se fazem necessários,
um bom montante de poesia é fundamental,
percepção refinada, consciência expandida,
madura-idade? Maturidade não precisa de idade,
precisa, de algum conhecimento, muita disposição e uma gota sabedoria.


Ainda bem que existem os escritores...




Clique no título  e descubra preciosidades,  um texto delicado, dedicado às mulheres e aos homens que desejam nossa companhia, do jornalista Fábio Reynol.


Postado hoje no Blog do DeRose



AconTeSendo

Declaração sem poesia: realidade.

Quase a dormir e já a sonhar.

Linda noite com lua cheia no céu quente da primavera que chegou veraneando.
Desejava estar mais perto pra te fazer um cafuné bem de leve,
desses, com os olhos fechados e um suspiro latente,
desses que nos faz sentir contentes os cansaços do dia,
desses entre você e eu.


Noite dessas, vou te dar beijinhos serenos de boa noite, a noite inteira.



Oh, primavera, tornas doce demais meu coração!

domingo, 19 de setembro de 2010

Brincando com Pessoa - o retorno.

Valeu a pena? Tudo vale a pena e todos sabem a condição. 
Quem quer passar além do Bojador,
tem que ir a Portugal. 

 

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bem vindo à terrasaresmares encantados de InvisíveLand.

Sou aquela que entrega à mente, o coração. Presenteia o racional à emoção. Passeio imaginariamente pelos recantos encantados da sensibilidade emotiva, cochichando percepções a respeito do que traz alegria, dos bem-vindos contentes do universo, sussurrando sobre o que pode vibrar tristeza, desvendando ao ser sentimental que mora em mim, segredos mágicos de um lugar encantado, de um Estado chamado Consciência, das terrasaresmares de InvisiveLand…Lá lá Land…espaço Infinito de possibilidades ainda inexploradas.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

…essa maravilha.

Hoje os pássaros acordaram cantando à chuva que se aproxima,
me levantaram antes do sol clarear.  

Hoje eu acordei cantando ao que a vida me apresenta,
pousei da noite tranquila de sono sereno e despertei.

Hoje a vida esta com um Q a mais,
uma cor a mais, um vislumbre a mais.

O que se deu, nem sei, acordei assim…
com uma alegria a mais dentro de mim.


Vim te desejar um bom caminhar do dia nessa pequena pausa vespertina. E um cafuné inesperado, desses de quando está pra cair pé d'água do céu e se pode passar uns minutinhos só assistindo a esse movimento todo da natureza…essa maravilha. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Que tal parar com a síndrome do coitadinho?

Uma pequena tristezinha é nada diante de tantas alegrias. Duvido que sua vida seja uma tragédia! Ô vida de boas notícias, vai um sorriso aí?

Efetividade afetiva: quando o amor é matemático!

Afetividade efetiva
Efetividade afetiva
Atividade Emotiva
Emotividade ativa

Corpo+pensamento+coração
Pele+raciocínio+emoção
Carícia+consciência+sensação

No fim das contas só há resultado na ação.

1+1=infinitas possibilidades.

domingo, 12 de setembro de 2010

Nada meia boca, quero é gente inteira!

Inteiramente disposta a compartilhar fantasias,  realizar desejos,  vivenciar os dias, a experiência dos sabores outros do que parece o mesmo.

Continuo acreditando que cada sol, de cada manhã, é singular, nasce novo todos os dias e com ele, renasço eu…

Quando a mamãe pássaro empurra seu filhote do penhasco, é que ele aprende a voar…encontra seu céu, seu instinto vital, é voando que vive, então, vive a voar.

Aquele que não assume seus desejos essenciais, seus 'instintos', deixa o tempo correr sob os pés e sobre a face, sem alimentar o coração. Envelhece embrutecendo. 

Busca a vida toda o que sempre se lhe apresenta e nunca há suficiente coragem para agarrar, fecha os olhos e questiona: quem apagou as luzes?

Como infanto, esconde a face e desaparece, invisível a seu próprio interior, triste alegre, porque a vida assim, seguindo apenas leis alheias, é fácil demais, é tola demais, reduzida, demais.

…busca no outro certas qualidades, mas esquece de aperfeiçoa-las em si…

Raros os que assumem os riscos e criam seus dias, atualizam, desvirtualizam, um pouco de vida nova, todos os dias…

Infelizes os que passam seus sóis sustentando situações adversas das que lhe suplicam o próprio coração. Amém! (=cagões).



Resumo dos pensamentos da semana que passou…

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quando chovem coelhos ou Quando um palhaço morre ou Tá vendo aquela estrela? II.

Na semana que passou, flutuei com as painas das tantas paineiras, por alguns muitos minutos, num breve passeio de tarde pelo bairro Flamboyant, em Campinas, minha nova morada, pelos próximos anos. Eu vi chover coelhos...

As paineiras, floridas ou despindo-se de seus flocos branquinho-amarelados, são lindas. Parecem fazer chover coelhos pequeninos, e eu, que depois de adultecer, sempre encontro coelhos por aí, como se fosse comum ver coelhos andando nas calçadas urbanas, fico a imaginar, será que um dia fui Alice? Será que sou? Porque raios tantos coelhos me atravessam o caminho?

Um dia, quando da primeira visita ao meu pai, no hospital, sentei sob uma grande paineira de fronte à entrada e ao som de um breve suspiro, ela ofertou-me uma pluma de si, a maciez repousou sobre meu colo tão serenamente na brisa daquela tarde, desde então me apaixonei pelas painas e flores que se jogam ao léu.

E quando me pousam as painas, revivem também os pequenos campos com dentes-de-leão, que encontrava nos caminhos da infância, antes em forma de flor, com suas finas pétalas aos montes, amarelas, depois, com suas sementinhas peludas planando no vento, no sopro do meu respirar. Não tenho mais visto os esvoaçantes destes-de-leão, em alguns lugares, se diz deles esperançaabre as janelas e deixa a esperança entrar na tua casa trazida pelo vento da tarde.

Não tenho visto mais as tais esperancinhas a voar, só posso pensar, que se tornaram os coelhos dos meus novos caminhos. Desde o dia em que decidi e em alto e bom tom proclamei: nada de esperar, quem tem esperança, nunca alcança. Alcança quem age e vai à labuta...De lá pra cá os coelhos sempre estão, me fazem vistas alegres, leveza imperante, sorriso no rosto, um desejo consistente de continuar, não como a tartaruga em seu duro casco e passo penoso, mas como as levadas lebres que correm quando podem e pausam quando querem.

Tem no mundo as tartarugas, muitas delas, dessas que se vangloriam por carregar o casco nas costas, o peso do mundo e a lentidão do penar, dos longos anos a caminhar, sentem o universo desde dentro, fundo enraizado. Com elas, as tartarugas, aprendo a colocar os pés no chão, sentir as raízes do tempo que foi. Já com as lebres, as painas e os dentes-de-leão, aprendo a manter as asas no céu, visando os brotos do tempos que virão.

Da segunda vez que visitei papai no hospital, isso foi em setembro de 1995, mês em que as painas se jogam ao léu, foi a última vez, não havia paineira, nem lebre, nem brisa com sementes voadoras, havia um silêncio triste e imenso. Houve um último olhar, um último sorriso, o último aconchego de um amor que não se acaba e um fim. 

Houve depois, um vazio doloroso, amansado por um vento intenso e uma garoa leve. Houve abraço apertado, choro compartilhado, cafuné redobrado, maturidade, um renovar de todas as relações, compreenção...houve aprender a dizer eu te amo...e depois de um tempo, que por aqui durou um ano ou dois, tempo de estar refeito o coração, há, desde então, sempre brisa, sempre leveza, sempre sorrisos voadores, silêncios saborosos, alegria sincera, amigos constantes e amores eternos.

Quando as paineiras chovem pequenos coelhos, é isso tudo e tantas coisas, outras, que minha memória revive, intensifico o motivo pelo qual a felicidade vive pairando em mim...por viver plenamente, hoje. AGORA é sempre o momento melhor.


Pai, tá vendo aquela estrela? Eu já consigo ver além...
























Tarde de 02 de setembro de 2010. Flamboyant, Campinas



segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Clichê a.temporal: o amor e o tempo.

O amor diz esperar ao julga-se eternamente estável, supor-se duradouro ao passar o tempo. tempo, não espera, de.s.espera, no eterno passar se faz temporal - Série ininterrupta e eterna de instantes - o próprio paradoxo.

 ...talvez por tal dual oposição, continuemos buscando o primeiro em tantos lugares, com tanta pressa - ainda quando tranquilamente...

O amor aprende que eterno é o movimento, o tempo não teve princípio nem há-de ter fim, porque eternamente se modifica.

Será?...vã filosofia ou inerência humana...o que nos (p)resta é viver com prazer, é estar feliz.


sábado, 4 de setembro de 2010

Cafunés na infância e pra toda a vida.

Passando a tarde com Vó Aninhas contando histórias, se alembrando do Alentejo, do mar, das cores das águas, das músicas que entoavam no navio enquanto atravessavam o mar, em 1952, ela, Antônio Rocha (o vô), a menina Dora (minha dinda) e Fausto (meu papai, ainda bebê). Diz ela, que quando saíram dos mares portugueses o mar virou dois, as águas se misturando iam mudando de cor...putz, que lindo deve ter sido.

Exato quando cruzaram fronteira, e isso foi anunciado, tocava uma música chamada Alentejo e ao desembarcarem no porto brasileiro, outra, chamada Coimbra. Haja memória incrustrada na pele, pelos sons das melodias, das águas, das multidões que vinham em busca do sonho de enrriquecer, do bebê ao colo que completára um mês de vida durante a viagem...memórias de sons coloridos, de dias a fio no embalançar das ondas, de discussões, arranca rabos, danças de salão, quartinhos apertados, luares alumiando um mar que não chegava nunca ao seu destino.


N'outro dia vó Aninhas me contava como fazian vinho e azeite em casa de Portugal, como o pai (meu bizô) Sr. Manuel Teixeira Picão construiu uma padaria no solárium da grande casa em que viviam, entre muitos irmãos e irmãs...faziam isso em casa, como hoje fazemos arroz.


As músicas de Alentejo resgataram mil histórias do bauzinho da vovó Aninhas (não sou eu não, é mina avó mesmo!) Ana de Jesus Teixeira Rocha...que vovó maravilhosa, essa, quantas boas histórias, quanta festa. Vovó, quando resolver de ir embora, como fez papai, vai ser uma ida de fazer tanta falta, que bom que vovó quer ficar, gosta de viver como ninguém, me ensina todos os dias que a vida é feita de amor, fé e trabalho...assim as dores ficam pequenas,  importam apenas o aconchego do lar, o abraço apertado de quem ama, o cafuné pra lembrar sempre da infância e uns sábios puxões de orelha pra ir adiante, sabendo ser feliz.


"Óh lampião da esquina, alumia rua abaixo, que eu perdi meu amor, na escuridão não acho."
 

Dear; para lembrar ...

que é importante colorir os dias...todos os dias...




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Padaria da esquina

Boa noite, Seo Moço, como foi seu dia?
Me vê quinhentos gramas de poesia e quinhentos de melodia,
depois, mais uns dez filões de alegria.


A broa é de hoje? Tá fresca?
Duas pra refrescar a noite, então,
deleite, um litro, pra aquecer o coração.


Embrulha dois sonhos dos bem doces,
um pra daqui a pouco,
outro pra amanhã, de antemão.


Recomenda mais alguma gostosura?
Não, não, nada de por na pendura, 
essas coisas, das boas, a gente vive é no agora.


Acerto logo e satisfeita, todo o verso e toda prosa, 
desconto tudo do bolso da saudade,
que nesse tem sempre fartura.


Fartura de saudade é sinal de boa gente na vida, dias felizes que vão sendo fiados, não a fiado, mas com fé e confiança, dias trançados a fios de cores bonitas, de amigos constantes...de amores eternos.

Reme tranquilo.

O lema é ir devagarinho com a vida
   ela, assim, te leva mais longe...
       
   A vida no leme, avistando horizonte,
      passo-a-passo, tranquilidade constante...
         o instante de cada onda que toca meus pés,
             o presente de cada instante que ronda nossos pensamentos.



um bom poema - brincando com Leminski

Um bom poema
leva uma vida
                        leva porrada
                        sai de ferida
        escorrega do pensamento por ocasião qualquer
        vem, como coisa que dá e passa.
Precisa de anotar pra não sair voado e desaparecer
               vem como travessia de dentro do humano
               como miragem de invisível do mundo
leva um tempo precioso como o de fazer pérola.
Um bom poema                    
                         é cicatriz de coração,
quando não, é carinho de antemão.




(reflexões sobre um post do Ale Martins - um poema do Leminsk)