terça-feira, 10 de julho de 2012

Derivações

Casa oca, eco, oca,
pia pinga, ecoa, evoca.

Silencia, pulsa,
abarca, lorca.

Sono sereno,
perene partida,
enfim me despeço,
re-começo, regresso,
outra mesma vida.



Encaixotando

Desencaixotei valiosos ícones impregnados de história, trajetos, trejeitos, tropeços, vitórias; objetos encrustados de brilhantes instantes.

A olhos nus descolei um a um, foram-se os objetos, ficaram seus tantos preciosos sujeitos adjetivados...

Encaixotei-os na memória, para no continuum dos dias irem encontrando seu devido lugar.

Brilhando nos olhos,
refletindo nos pensamentos,
reluzindo nas emoções,
adornando velhas-novas ações...

Nós desatados,
laços e enlaces
renovados.

Casa vazia,
ouço o silencio,
no eco do pingo da pia.

Casa, oca,
suave o coração.

Ares de saudade

Íris luminosas,
ares de saudade,
olhos congelados,
ao vento, vago pensamento.

O céu está em todo (fora) lugar.

Céu dos deuses
Horizonte
Céu do nada
Trás os Montes
Céu a toa,
numa boa.

Vida ecoa em qualquer canto,
tem céu, tem encanto. Portanto, tem coração.

O coração está em todo (dentro) lugar.

Menina ao relento a corar,
tímida contempla o céu e se deixa chorar.

Na lágrima o reflexo azul celeste expressa a melodia de um coração saudoso.


.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Beleza mansa

Na feiura do caos
do embaraço de fios,
salta Lua, dança,
ainda no claro céu,
luzindo nos olhos
preenche mansa,
os corações.




.AR.

Agora mesmo, a caminho de casa. Cambuí/Campinas.

domingo, 1 de julho de 2012

Objeto Sentimental

Brinquedo de infância antiga,
relíquia emocional.
Figura que diz da vida,
objeto sentimental.

Macaco
Circo
Palhaço

Presente
Alegria
Raíz

Afeto pelo momento
que o concreto rediz.
Reflexo, em consciência,
de se saber ser feliz.

._._._._...


Um Macaquinho de banda circense, que vô Antônio, o Rocha, vendia, junto aos brinquedos esculpidos em madeira, que o vô mesmo fazia.

Virou Relicário da Vó. Vó Ana, a "de Jesus Teixeira", a Rocha portuguesa abriu sua caixa de tesouros, distribuindo aos netos, desde a infância, seus objetos sentimentais.

Suas memórias desfiadas a embalar nossos sonhos, suas Carochinhas, Vaquinhas encantadas, seus contos sem fadas, com fados da vida passada, revisitada.

Suas memórias vem às nossas enlaçadas, a tecer delicadas trajetórias, bordando sentido presente às rendas do futuro desta história sem fim...

Dos amores, dos fados, dos mares, das buscas, dos encontros...das novas velhas venturas do bem viver.

.
AR.